Doação de células do cordão umbilical

O Banco Público de Células do Cordão Umbilical (BPCCU) é um serviço do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) que se dedica a garantir um sistema nacional de colheita, processamento, criopreservação e distribuição de células de sangue de cordão umbilical em conformidade com a legislação, com os standards internacionais e com a aplicação das melhores práticas.
Foi criado através do Despacho n.º 14879/2009 de 2 de julho, tendo sido integrado na estrutura orgânica do IPST em agosto de 2012 (Portaria n.º 165/2012 de 22 de maio).
A colheita de sangue de cordão umbilical (SCU) para o Banco Público de Células do Cordão Umbilical (BPCCU) é realizada nos hospitais ou maternidades autorizadas.
O Centro Materno Infantil do Norte é uma das maternidades com protocolo de colaboração para colheita de SCU. A colheita é realizada desde que seja tecnicamente possível e não represente risco para o recém-nascido ou para a mãe.

Para mais informações sobre o BPCCU consultar o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).

Perguntas frequentes

O que é o sangue do cordão umbilical?

O sangue do cordão umbilical é o sangue existente nos vasos da placenta e no cordão umbilical, habitualmente rejeitado mas que pode ser colhido após o nascimento.
O sangue do cordão umbilical é rico em células que, por se apresentarem num estado muito imaturo, têm uma elevada capacidade de divisão, de autorrenovação.
São designadas de células progenitoras hematopoiéticas, ou seja, células estaminais com potencial para darem origem a todas as células constituintes do sangue.

Para que serve o sangue do cordão umbilical?

A dádiva de sangue do cordão umbilical tem como principal objetivo a realização de um transplante de qualquer doente do mundo que dele precise e que seja compatível.
Este tipo de células é atualmente utilizado no tratamento de doentes com diferentes tipos de cancro, como leucemias, linfomas e outras doenças associadas ao sangue ou ao sistema imunitário.
Caso a colheita não seja usada para transplante, poderá ser utilizada para outras alternativas terapêuticas ou para investigação, sendo possível inutilizá-la se não cumprir os requisitos técnicos mínimos.

O sangue do cordão umbilical pode ser usado caso a doença se manifeste em idade adulta?

A quantidade de células que se consegue colher numa unidade de sangue do cordão é relativamente pequena. No caso das crianças mais velhas e com mais peso, as unidades armazenadas não possuem um número suficiente de células, tornando-se necessário recorrer a outros dadores compatíveis.
A busca por um dador compatível é possível através da pesquisa em bases de dados partilhadas pelos bancos internacionais (que armazenam unidades para utilização alogénica), de modo semelhante ao que acontece com as bases de potenciais dadores de medula óssea (CEDACE).

Quem pode doar sangue do cordão umbilical para o Banco Público de Células do Cordão Umbilical?

Qualquer grávida sem antecedentes de comportamentos ou fatores de risco ou de doenças congénitas pode ser candidata a dadora de sangue de cordão umbilical. O processo de dádiva e colheita para o BPCCU é realizado entre a 28.ª e a 35.ª semana de gravidez.

A dádiva de sangue do cordão umbilical afeta os normais procedimentos do parto?

Não. A dádiva de sangue do cordão umbilical é completamente segura para a mãe e para o recém-nascido, não alterando quaisquer procedimentos associados ao parto.
A dádiva ocorre apenas após o nascimento e não requer a colheita de amostras de sangue ao bebé (será solicitada uma amostra de sangue materno após o parto).

Tenho de pagar para doar sangue do cordão umbilical?

Não. A doação para o Banco Público de Células do Cordão Umbilical (BPCCU) não se traduz em quaisquer encargos para a dadora, sendo assim, totalmente gratuita.
O BPCCU é responsável pelos encargos associados à colheita, processamento, análise, criopreservação, e armazenamento das unidades doadas.

Ao doar sangue do cordão umbilical para o Banco Público de Células do Cordão Umbilical, a unidade é sempre armazenada, ficando disponível para transplante?

Sim, se a unidade colhida preencher todos os requisitos de qualidade e segurança, nacionais e internacionais.
A unidade de sangue de cordão umbilical destinada a transplante deve conter um número de células suficiente para que o transplante resulte, assim como deve preservar a sua capacidade de enxerto.
Se a unidade não apresentar as características exigidas por estes padrões poderá vir a ser utilizada em investigação ou ser rejeitada.

Se a gravidez for de gémeos pode-se doar sangue do cordão para o Banco Público de Células do Cordão Umbilical?

Não, uma vez que o volume de sangue obtido de cada placenta é inferior ao habitualmente colhido em nascimentos individuais e insuficiente para realizar transplantes aos doentes que requerem desta terapêutica.

É possível colher sangue em simultâneo para o banco público e para o privado?

Não é possível doar simultaneamente para o público e para o privado. Para além do volume de sangue colhido em cada parto ser limitado e não permitir obter uma unidade com células suficientes para utilizar em transplante de progenitores hematopoiéticos, o Banco Público de Células do Cordão Umbilical (BPCCU) não aceita dádivas partilhadas com outros bancos.
Os critérios para doar aos bancos privados são diferentes dos critérios para doar ao BPCCU.

Os profissionais de saúde podem doar sangue do cordão umbilical?
Nem todos os profissionais de saúde estão excluídos como dadores. No entanto, algumas funções desempenhadas por estes profissionais são consideradas de risco por terem contacto com doentes ou produtos biológicos potencialmente infetados com agentes não detetáveis pelos testes laboratoriais atualmente disponíveis.
Como é afetada a privacidade da mãe e a do bebé após a dádiva de sangue do cordão umbilical?

O Banco Público de Células do Cordão Umbilical (BPCCU) mantém confidenciais todos os registos de dados associados.

A grávida é informada se a unidade foi preservada ou não?

O dador não é informado a quem os componentes sanguíneos foram transfundidos. Não obstante, a dadora será contactada caso sejam detetadas alterações nas análises realizadas à unidade e nas amostras doadas, ou no caso de virem a ser necessários testes adicionais.