A doação de órgãos e tecidos é um procedimento médico que permite salvar e transformar vidas, em que os órgãos e/ou tecidos são retirados de um dador e transplantados para uma pessoa doente ou em risco de vida devido à falência de um ou mais órgãos. A doação de tecidos permite uma melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Qualquer pessoa pode ser dadora. Existem poucas doenças que contraindicam a doação de órgãos e cada caso deverá ser avaliado individualmente. As pessoas podem tornar-se dadoras após a morte (dador cadáver) ou podem doar durante a vida (dador vivo).
Como me posso tornar dador?
A legislação portuguesa assenta no conceito de doação presumida, significando que uma pessoa, a partir do momento em que nasce, adquire o estatuto de dador. Para que alguém se torne não dador terá que, por iniciativa própria ou através de alguém de direito que o represente (pais, no caso de menores), submeter ao Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA) os impressos próprios para objeção à colheita de órgãos. Esta objeção poderá ser total ou parcial.
Que órgãos e tecidos podem ser doados?
Os órgãos que podem ser transplantados são: rim, coração, pulmão, fígado e pâncreas. Por vezes, as pessoas precisam do transplante de mais do que um órgão, como, por exemplo, do pâncreas e do rim.
Os tecidos que podem ser transplantados são: medula óssea, córnea (tecido transparente que fica na parte anterior do olho), tecidos osteotendinosos (ossos, tendões, etc.), válvulas cardíacas e pele.
Quando uma pessoa morre em condições de se poder tornar dador de órgãos ou tecidos, a equipa hospitalar realiza uma série de avaliações e segue um conjunto de passos:
- Comunicar a hipótese de doação à família
- Verificar o RENNDA
- Os órgãos e/ou tecidos são doados
Existe limite de idade para a doação?
Não há limite de idade para a doação de órgãos. É a qualidade dos órgãos que determina a possibilidade de serem usados para transplante.
Pode definir-se que órgãos doar?
A carência de órgãos para transplante é enorme e, como tal, em cada dador tenta-se beneficiar da recolha do máximo possível de órgãos. No entanto, se não quiser doar algum órgão ou tecido específico, deve expressá-lo através do RENNDA, quando este for consultado são referidos quais os órgãos ou tecidos que não podem ser utilizados.
O que pode impedir a doação?
Apesar da carência de órgãos e tecidos para responder às necessidades dos doentes em lista de espera, é obrigatório assegurar que o dador não tem nenhuma doença ou condição transmissível pelos órgãos ou tecidos ao recetor. Todos os possíveis dadores são avaliados para excluir situações como:
- Tumores malignos;
- Infeções por certos agentes patológicos;
- Algumas doenças degenerativas do sistema nervoso.
De acordo com a legislação portuguesa, todos somos considerados potenciais dadores, desde que não exista expressamente oposição à dádiva no RENNDA.
Onde pode obter mais informações?
Para mais informações sobre a doação e transplantação de órgãos e tecidos, consulte o site do Instituto
Português do Sangue e da Transplantação em www.ipst.pt e o Folheto Informativo sobre a transplantação de órgãos e tecidos.